quarta-feira, 30 de abril de 2008
O tacto
terça-feira, 29 de abril de 2008
Eros e Tânatos
Comecemos pela origem da palavra:
Erótico provém do latim "eroticus" e esta do grego "erotikós" que deriva do nome de Eros.
Eros, Deus da Vida, referido muitas vezes como Deus do Amor, descrito em algumas circunstâncias como filho do Vento, noutras como filho da Noite! A porta de entrada para os sentidos!
Estar vivo é sentir!
Pode então o erotismo ser considerado a exploração ilimitada dos sentidos que nos conduz por caminhos de prazer!
O tacto, o gosto, a visão, a audição e o olfacto!
Palavras segredadas ao ouvido... sabores quentes... pele na pele... olhares misteriosos... odores subtis!
Como diz a minha amiga Brida, o Amor deve fazer-se com os cinco sentidos despertos, só assim se conseguirá o mais elevado patamar de comunicação, só assim o mundo explode, só assim toda a terra treme! Só assim nos deixamos morrer após uma explosão de vida! Talvez por isso os franceses chamem ao orgasmo "petite mort"!
Invocamos, então Tânatos, o Deus grego da Morte, personificação do impulso urgente e inconsciente de morrer.
E morremos, e ressuscitamos e voltamos a explodir em vida e a morrer!
E somos assim, fruto da comunicação perfeita, na exaltação de todos os sentidos, a ponte entre o visível e o invisível - entre a Vida e a Morte!
domingo, 27 de abril de 2008
Espalhem a notícia!!!!!
do mistério da delícia
desse ventre
Espalhem a notícia do que é quente
e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse
Divulguem o encanto
o ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
O ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou
Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta, é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher