segunda-feira, 5 de maio de 2008

Amanhã já é hoje!

E ele virou-se de frente!

3 comentários:

Anónimo disse...

E mais?como?onde?porque?quando?...lolol

Anónimo disse...

ahhh o anterior é meu lol

raquel gousson

João Doi disse...

-Amanhã já é hoje! - brincaste em tom provocatório enquanto ele se virava. Mas, afinal, ele não era Ele, era outro, mas não Ele. Que pena, parecia que querias tanto que fosse Ele. Ele, que não era Ele, parecia surpreendido.

É que Ele era eu e eu estava já à 10 minutos a te observar à distância. Sei que não gostas de te sentir observada, por isso assim é mais fácil o fazer, sem que o notes. 10 minutos a contemplar-te a contemplares o mundo à tua volta. 10 minutos a imaginar-te sem roupa. 10 minutos a notar que tens mesmo umas mão irrequietas que, ora ajeitam o cabelo, ora revistam outra vez a carteira à procura de qualquer coisa que nem precisas. 10 minutos comparar-te com a tua sombra. 10 minutos a tentar adivinhar qual o teu próximo gesto. 10 minutos a relembrar o teu cheiro. 10 minutos que souberam a muito pouco.

A confusão era facilmente desculpável. A altura estava certa , o casaco comprido era igual, a semelhança de costas era enorme, provavelmente a vontade do reencontro era maior.

-Desculpe! Confundi-o com Ele, desculpe, com outra pessoa.
-É pena, – lamentou ele, suspirando, enquanto te olhava de cima a baixo– não me importava de ser quem procura.

Ri-me entredentes e pensei: o preto fica-lhe tão bem. Especialmente com aqueles lábios que cada vez mais vermelhos. A camisola pousa na perfeição na tua pele. Acho que não trazes sutiã. Será que vens sem roupa interior? Tentei evitar pensar mais nisso, as calças estavam justas.

Avancei.

-Esta menina está a incomodá-lo? - disse eu por trás de ti. Percebi um pequeno arrepio percorrer-te a coluna vertebral mesmo antes de encostar a palma da mão nas tuas costas e te fazer uma pequena carícia com o polegar.

-Gosto do seu casaco- gracejei.

Olhaste para mim e coraste mais um bocadinho. Gosto quando coras. Suavemente castigaste-me com as costas da mão na perna. Segurei-te pelo braço e ao afastarmo-nos para fora da estação de metro perguntei-te ao ouvido:

-Amanhã já é hoje?